Foto tirada no dia 4 de abril de 2024 mostra cerimônia de entrega de coroas de flores na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em Bruxelas, Bélgica. (Xinhua/Zhao Dingzhe)

Ao criar inimigos imaginários e ao propagar medo, os Estados Unidos obrigam os membros da OTAN a aumentar suas despesas militares.

Beijing, 25 jun (Xinhua) -- Este ano, os gastos militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estão disparando. Os gastos com defesa na Europa e no Canadá aumentaram 18%, o maior aumento em décadas, disse o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, durante visita recente aos Estados Unidos.

O chefe da OTAN não mediu palavras sobre para onde vai o dinheiro. “Grande parte desse aumento dos gastos com defesa é usado aqui nos Estados Unidos”, disse ele, acrescentando que 23 aliados cumprirão a meta de gastar pelo menos 2% do produto interno bruto (PIB) na defesa em 2024.

Na verdade, um dos principais fatores subjacentes ao aumento significativo das despesas militares da OTAN é o uso persistente por parte dos Estados Unidos da disseminação do medo para propagar a “receios sobre segurança” entre seus aliados, principalmente para seu próprio benefício.

Ao criar inimigos imaginários e ao propagar medo, os Estados Unidos obrigam os membros da OTAN a aumentar suas despesas militares.

Durante a crise na Ucrânia, o medo propagado pelos Estados Unidos mergulhou os aliados europeus em preocupações com segurança, levando-os a melhorar sua prontidão militar.

Isso beneficiou muito as indústrias de defesa americanas. Nos últimos dois anos, os aliados europeus assinaram contratos com empresas americanas no valor de 140 bilhões de dólares americanos.

Portanto, não foi surpresa quando o secretário-geral da OTAN admitiu que “a OTAN é boa para a segurança dos EUA, boa para a indústria dos EUA e boa para os empregos dos EUA”.

Para além dos benefícios econômicos, os Estados Unidos também promovem a dependência da segurança entre seus aliados com a manipulação das suas estratégias de segurança, mantendo sua posição dominante no mundo ocidental.

Temos a Finlândia e a Suécia como exemplo. Esses países tradicionalmente neutros aderiram à OTAN depois de a aliança militar liderada pelos EUA ter arrastado a Rússia para a guerra com a Ucrânia.

Reunião de ministros da defesa da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é realizada na sede da OTAN em Bruxelas, Bélgica, no dia 14 de junho de 2024. (Xinhua/Zhao Dingzhe)

Na exposição Eurosatory 2024 em Paris, uma feira sobre defesa aérea e terrestre, e para a indústria de segurança, os Estados Unidos se destacaram como o maior expositor depois da França, o país anfitrião.

A forte presença americana transformou a exposição sobre defesa em um símbolo da dependência da Europa, afirmou o jornal francês Le Figaro.

Na realidade, a propagação americana de medo esconde tácticas cuidadosamente orquestradas de sacrificar aliados em benefício próprio, divergindo acentuadamente dos interesses dos seus aliados.

Sob a liderança dos Estados Unidos, a OTAN avançou persistentemente em direção à Rússia, intensificando a crise na Ucrânia e reacendendo os conflitos na Europa.

Explorando essa situação, os Estados Unidos têm fornecido armas aos aliados da OTAN, transformando efetivamente a Europa em um barril de pólvora à beira do perigo.

Na verdade, mais gastos militares não necessariamente geram mais segurança. A segurança não pode ser alcançada através da militarização unilateral porque isso levará outros países a tomarem medidas semelhantes.

Quanto aos aliados dos EUA, o desvio de recursos substanciais para a defesa negligencia necessidades sociais e econômicas internas críticas, o que pode levar à insatisfação pública e ao aumento da instabilidade.

Vale notar que os Estados Unidos tentam aumentar a estratégia de propagar medo a mais regiões, rumo aos seus duplos objetivos de criação de alianças e vendas de armas.

A ação dos EUA mostra a mentalidade teimosa da Guerra Fria que corre o risco de aumentar as tensões internacionais, deteriorar a segurança global e impulsionar mais países para uma corrida armamentista, ameaçando a paz e a estabilidade mundiais.